

Força, equilíbrio e superação: o papel da nutrição e do treinamento no sucesso dos atletas paraolímpicos
Nutrição e treinamento são essenciais para potencializar o desempenho dos atletas, transformando desafios em conquistas e superando limites.
Por Ana Clara Matos e Carine Strasburg
O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é o local onde se formam campeões que superam limitações físicas e mentalidades convencionais. Cada atleta paralímpico possui uma história única de superação, e sua jornada para a alta performance envolve muito mais do que apenas treinos físicos.
A nutrição e o acompanhamento de profissionais especializados, como nutricionistas e educadores físicos, são elementos fundamentais para garantir o melhor desempenho e saúde de cada atleta.
Hoje, nós temos toda uma estrutura nutricional, psicológica e física, para preparar esses atletas para as competições, sempre superando seus limites. - diz Aluísio, professor de vôlei sentado.
O trabalho em equipe de nutricionistas, educadores físicos e atletas é essencial para que se alcance a excelência, não só nas pistas, quadras e piscinas, mas também na qualidade de vida e bem-estar de cada competidor.

Os esportes paralímpicos são modalidades criadas para atletas com deficiências físicas, sensoriais ou intelectuais, permitindo que eles compitam em alto nível e mostrem seu talento. Os esportes adaptados são:
ATLETISMO: O atletismo paraolímpico é praticado por atletas com deficiência física ou visual. Há provas de corrida, saltos, lançamentos e arremessos, tanto no feminino quanto no masculino. Os competidores são divididos em grupos de acordo com o grau de deficiência constatado pela classificação funcional.
Nas corridas, os atletas com deficiência visual mais alta podem ser acompanhados por guias, ligados a eles por uma corda. Já entre os deficientes físicos, há corridas com o uso de próteses ou em cadeiras de rodas.
ATLETA: Elizabeth Gomes | Atletismo | Lançamento de disco - F53 (OURO)
BADMINTON: Modalidade lançada nas Paralimpíadas de Tóquio 2020, o badminton pode ser praticado por atletas em cadeira de rodas ou andantes, em provas individuais ou em duplas masculinas, femininas e mistas.
ATLETA: Vitor Tavares | Badminton | Individual - SH6 (BRONZE)
BASQUETE EM CADEIRAS DE RODAS: Ainda sem medalhas conquistadas por brasileiros em Paralimpíadas, o basquete em cadeira de rodas fez parte de todas as edições dos Jogos e começou a ser praticado no período após a 2ª Guerra Mundial, por soldados americanos que voltaram feridos do campo de batalha. Essa foi a primeira modalidade adaptada praticada no Brasil, em 1958. O esporte é competido por atletas com deficiência físico-motora.
As cadeiras de rodas utilizadas por homens e mulheres são adaptadas e padronizadas pelas regras da Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas (IWBF). O jogador deve quicar, arremessar ou passar a bola a cada dois toques dados na cadeira. As dimensões da quadra e a altura da cesta seguem o padrão do basquete olímpico.
ATLETA: NÃO HOUVE MEDALHISTA.
BOCHA: O esporte é disputado por atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou com deficiências graves, em cadeira de rodas. As provas podem ser individuais, em duplas ou por equipes.
A regra da bocha é lançar as bolas coloridas o mais próximo possível da bola branca, chamada de jack ou bolim. Os atletas podem usar as mãos e os pés, além de instrumentos de auxílio, como as calhas. Em casos de maior comprometimento dos membros, é permitido contar com o apoio de um ajudante, o calheiro, que geralmente é a mãe ou o pai do jogador.
No caso de tetraplégicos, é possível usar uma faixa ou um capacete na cabeça com uma agulha na ponta para que ele empurre a bola pelo instrumento com a cabeça.
ATLETA: NÃO HOUVE MEDALHISTAS
CANOAGEM: Uma das modalidades mais novas dos Jogos Paralímpicos, a canoagem fez sua estreia na Rio 2016. As disputas são de velocidade em águas calmas e em linha reta, por 200 metros, e são praticadas por atletas com deficiência físico-motoras. As classes são divididas por tipos de embarcações, sendo as da canoa iniciadas pelas letras VL e as do caiaque por KL.
ATLETA: Fernando Rufino – 200m VL2 (OURO)
CICLISMO: Uma modalidade realizada com a bicicleta e praticada por atletas, de ambos os sexos, com deficiência física e deficiência visual. Paralisados cerebrais, amputados e lesionados medulares (cadeirantes) competem no ciclismo adaptado. As provas podem ser de pista ou de estrada, executadas em quatro tipos diferentes de bicicletas: convencionais, triciclos, handbikes e tandem. As provas são divididas entre competições de pista (velódromo) e competições de estrada.
ATLETA: NÃO HOUVE MEDALHISTAS
ESGRIMAS DE CADEIRAS DE RODAS: Praticado por pessoas com amputações, lesão medular ou paralisia cerebral, a esgrima em cadeira de rodas é um esporte rápido e tenso, na qual os atletas devem usar sua inteligência e raciocínio estratégico para vencer seu adversário, julgando o momento e a quantidade de ataques assim como os movimentos defensivos. No formato paralímpico, as cadeiras de rodas precisam ficar presas ao chão e as disputas são feitas com três armas diferentes: florete, sabre e espada.
Os atletas são divididos em categorias, de acordo com a mobilidade do tronco, sendo a categoria C com maior comprometimento e a categoria A, com menor comprometimento físico-motor.
ATLETA: NÃO HOUVE MEDALHISTAS
FUTEBOL PARA CEGOS: O futebol de cegos é exclusivo para cegos ou deficientes visuais. As partidas, normalmente, são em uma quadra de futsal adaptada, mas, desde os Jogos Paralímpicos de Atenas 2004, também têm sido praticadas em campos de grama sintética.
Junto às linhas laterais, são colocadas bandas que impedem que a bola saia do campo. Cada time é formado por cinco jogadores – um goleiro e quatro na linha. Diferentemente de um estádio convencional de futebol, as partidas de futebol de cegos são silenciosas, em locais sem eco. O jogo é dividido em dois tempos de 15 minutos, com 10 minutos de intervalo. A bola tem guizos internos para que os atletas consigam localizá-la. A torcida só pode se manifestar na hora do gol. Os jogadores usam uma venda nos olhos e, se tocá-la, cometerão uma falta.
ATLETAS: Cássio, Jardiel, Jefinho, Jonatan Silva, Luan, Maicon Junior, Matheus Bumussa, Nonato, Ricardinho e Tiago Paraná (BRONZE)
GOALBALL: Esporte desenvolvido exclusivamente para pessoas com deficiência visual, por essa razão, as regras são parecidas com as do futebol de cegos. Mais pesada, a bola de 1,25kg também contém guizos no interior, para auxiliar na percepção da aproximação. A quadra é idêntica à de vôlei, e as partidas são realizadas em dois tempos de 12 minutos, com três de intervalo. Cada equipe é composta de três jogadores titulares e três reservas. Para competir em condições iguais, todos os jogadores devem estar vendados durante a partida, independente do grau de deficiência visual. Os três jogadores em quadra podem exercer a dupla função no ataque e na defesa. Assim como diz o nome, o objetivo é marcar gols, no entanto, o arremesso precisa ser rasteiro ou tocar pelo menos uma vez nas áreas obrigatórias.
ATLETA: Masculino – André Dantas, Emerson Ernesto, José Márcio Sousa, Leomon Moreno, Paulo Saturnino e Romário Marques (BRONZE)
HALTEROFILISMO: A modalidade é disputada por atletas com deficiência nos membros inferiores ou com paralisia cerebral. A prova consiste no levantamento de peso em três tentativas, usando o movimento chamado supino, deitado em um banco. O maior peso levantado é considerado como resultado final.
ATLETA: Tayana Medeiros | Halterofilismo | Até 86kg (OURO)
HIPISMO: O hipismo paraolímpico é representado por uma única disciplina: o paradestramento. Nessa modalidade, competem atletas masculinos e femininos que possuem deficiências físico-motoras ou visuais. As provas são realizadas tanto em formato individual quanto em estilo livre, com opções para competições individuais e por equipes. O paradestramento destaca-se pela exigência de habilidade, comunicação e sintonia entre o cavalo e o atleta.
ATLETA: NÃO HOUVE MEDALHISTAS
JUDÔ: A modalidade é disputada por atletas com deficiência visual, cegos totais ou com baixa visão que são divididos em categorias por peso corporal. O tempo de luta é de quatro minutos. Em caso de empate na pontuação, ela é decidida no Golden Score (ponto de ouro, em inglês), uma espécie de prorrogação, com o vencedor sendo aquele que pontuar primeiro. As lutas acontecem sob as mesmas regras utilizadas pela Federação Internacional de Judô, com pequenas modificações em relação ao judô convencional. A principal delas é que o atleta inicia a luta já em contato com o quimono do oponente. Além disso, o duelo é interrompido quando os lutadores perdem esse contato. Pode haver punições se os judocas saírem da área de combate.
ATLETA: Alana Maldonado – até 70kg J2 (OURO)
NATAÇÃO: Segunda modalidade mais premiada nos Jogos entre os atletas brasileiros, com 125 pódios, a natação paralímpica inclui os estilos clássicos de nado livre, peito, costas e borboleta, além de medley. Os atletas podem ter deficiências físico-motoras, intelectuais e visuais.
A largada para a prova pode ser realizada de diversas maneiras: do bloco, de dentro da água ou com o auxílio de um staff, um funcionário da equipe. Os atletas com menor grau de funcionalidade física geralmente usam o staff. No entanto, ele apenas ajuda o nadador a se equilibrar ou a passar da cadeira para o bloco. Impulsos externos são proibidos. Nadadores com deficiência visual podem identificar a proximidade das bordas para fazer a virada ou para terminar a prova por meio do uso de um bastão com ponta de espuma, o tapper.
ATLETA: Gabriel Araújo | Natação | 100m costas - S2 (OURO)
REMO: A modalidade chegou ao Brasil nos anos 80, no Rio de Janeiro, com um programa de reabilitação para pessoas com deficiência física, mental e auditiva utilizando o remo como ferramenta. A primeira medalha brasileira foi o bronze nos Jogos de Pequim 2008. O remo é praticado por atletas com deficiência ou limitação física, visual ou déficit intelectual, que tenham mobilidade mínima de braços.
ATLETA: NÃO HOUVE MEDALHISTAS
RUGBY EM CADEIRA DE RODAS: Os jogos ocorrem em quadras de 15 metros de largura por 28 metros de comprimento e têm quatro períodos de oito minutos. O objetivo é passar da linha do gol com as duas rodas da cadeira e a bola nas mãos. A modalidade para cadeirantes tem muito contato físico. São quatro atletas em cada equipe, que contam ainda com oito reservas cada.
No rugby em cadeira de rodas, competem homens e mulheres com tetraplegia ou deficiências nas quais as sequelas sejam parecidas com a de um tetra e que são divididos em classes de acordo com a habilidade funcional.
ATLETA: NÃO HOUVE MEDALHISTAS
TÊNIS DE MESA: Atletas com paralisia cerebral, amputados e cadeirantes disputam a modalidade lançada em Roma 1960. As competições são divididas entre mesatenistas andantes e cadeirantes, com jogos individuais, em duplas ou por equipes. As partidas contam com cinco sets de até 11 pontos. Em caso de empate em 10 a 10, vence quem primeiro abrir dois pontos de vantagem.
Os atletas são divididos em 11 classes distintas, sendo dez para deficiência física e uma para deficiência intelectual. Para deficiência física, mais uma vez segue a lógica de que quanto maior o número da classe, menor é o comprometimento físico-motor do atleta.
ATLETA: Joyce Oliveira e Cátia Oliveira | Tênis de mesa | Duplas - WD5 (BRONZE)
TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS: As semelhanças com o tênis convencional são muitas, mas existe a chamada regra dos dois quiques, que determina que o atleta cadeirante precisa mandar a bola para o outro lado antes que ela toque no chão pela terceira vez. As cadeiras utilizadas também são esportivas, com rodas adaptadas para um melhor equilíbrio e mobilidade. Não há diferença em relação às raquetes e às bolas.
As disputas podem ser realizadas nas modalidades simples e de duplas, na classe aberta (atletas com deficiência para se locomover (medula ou amputação), mas sem comprometimento de braços e mãos e na quad (atletas com deficiências que afetam, além das pernas, o movimento dos braços, dificultando o domínio da raquete e da movimentação da cadeira de rodas).
ATLETA: NÃO HOUVE MEDALHISTAS
TAEKWONDO: A luta é disputada por dois atletas, um de colete azul e outro vermelho, com sensores capazes de medir a potência do chute quando em contato com a meia do oponente. A meia tem 12 sensores em pontos distintos do pé.
ATLETA: Ana Carolina Moura | Taekwondo | -65kg - K44 (OURO)
TIRO COM ARCO: O tiro com arco é um dos esportes paralímpicos de maior inclusão. A modalidade pode ser disputada por atletas com amputações, por paraplégicos e tetraplégicos, por pessoas com paralisia cerebral, doenças disfuncionais e progressivas, condições especiais na coluna e múltiplas deficiências.
As provas podem ser individuais, de duplas e por equipes. No último caso, com três arqueiros em cada time. As regras do tiro com arco paralímpico são as mesmas do esporte olímpico. Os participantes têm como objetivo acertar as flechas o mais perto possível do centro do alvo, sendo o mais externo de valor menor, e o central, de valor maior.
ATLETA: NÃO HOUVE MEDALHISTAS
TIRO ESPORTIVO: Dividido em duas armas, carabina e pistola, o tiro esportivo é disputado por atletas com deficiências físicas, de membros superiores ou inferiores. A prova pode ser realizada nas posições de pé, deitado ou ajoelhado.
A classificação é feita de acordo com o equilíbrio, a mobilidade dos membros, a força muscular e o grau de funcionalidade do tronco. Atletas com diferentes tipos de deficiência podem competir juntos e usar um suporte para a arma.
ATLETA: Alexandre Galgani (OURO)
TRIATLO: O esporte, que engloba três modalidades, pode ser disputado por atletas cadeirantes, amputados e cegos. As provas incluem 750m de natação, 20km de ciclismo e 5km de corrida. A modalidade conta com seis classes diferentes de acordo com a deficiência e a mobilidade do atleta.
ATLETA: Ronan Cordeiro | Triatlo | PTS5 (PRATA)
VÔLEI SENTADO: A modalidade pode ser disputada no masculino ou no feminino, por atletas que possuam alguma deficiência física ou relacionada à locomoção. São seis jogadores em cada time, divididos por uma rede de altura diferente e em uma quadra menor do que na versão olímpica da modalidade. Os sets têm 25 pontos corridos e, o tie-break, 15. Ganha a partida a equipe que vencer três sets.
ATLETA: NÃO HOUVE MEDALHISTAS

Para um atleta, o acompanhamento médico é essencial para a prática de seu esporte. Muitos atletas, possuem a sua própria equipe de profissionais que o acompanham ao decorrer de treinos e competições.
Existem uma série de benefícios que o acompanhamento médico proporciona:
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Prevenção de Lesões
Para um atleta, estar lesionado é um pesadelo. O acompanhamento médico serve justamente para evitar que ocorra alguma lesão grave e que faça o mesmo parar de praticar o esporte.
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Avaliações de desempenho
As avaliações médicas, são extremamente necessárias para ver a evolução que o atleta está desenvolvendo. Com elas, é possível analisar onde e o que deve ser aprimorado em treinos.
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Aconselhamento nutricional
Muitos atletas, principalmente os de luta, devem avaliar o peso para que assim possam competir, mas não somente isso, o cuidado com a alimentação influencia muito no desempenho do competidor. Deve ser feito um acompanhamento nutricional, para melhor performance em competições.
Áudio Fisioterapeura- Kamila
Áudio Nutricionista- Gabriela


Atletas e discuções dentro do esporte paraolímpico
Existem alguns assuntos que são discutidos, principalmente pelos atletas das categorias do esporte paraolímpico. Um deles é a falta de patrôcinio e falta de interesse das marcas em fazer parceria com competidores com deficiência.
Em um entrevista exclusiva do Inclusão Ativa, com o Vinicius Rodrigues , este assunto esteve presente.
Vinicius é atleta da mobilidade atletismo, mas nem sempre o esporte paraolímpico estave em sua vida. Após um acidente de moto, ele precisou amputar sua perna sua perna esquerda. Logo no hospita, Terezinha Guilhermina, conhecida também como "a atleta cega mais rápida do mundo", fez uma visita a ele, apresentando o esporte. Vini diz que foi amor a primeira vista e dois anos depois de seu acidente, já estava competindo.
Além de já ser conhecido nas pistas, foi convidado para participar do BBB24, onde atingiu um público diferente do que já estava acostumado.

@inclusaoativa__
Esta plataforma interativa foi produzida para a disciplina Reportagem Multimídia, do curso de Jornalismo da FAPCOM.
Orientação: Profª Rita Donato.